A Crise Política e a Sociedade: Como Contornar Divergências Políticas Nas Relações Sociais?
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema "A Crise Política e a Sociedade: Como Contornar Divergências Políticas Nas Relações Sociais?", apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
Brasil dividido em dois
De um lado, verde-amarelo, do outro, vermelho. Ou isso ou aquilo. Não há espaço “em cima do muro” ou para a ponderação entre argumentos. O cenário político se converteu em um Gre-Nal de opiniões. Para a auxiliar de engenharia de modelagem Salete Glaci Müller, 46 anos, um comentário em uma postagem sobre política em um perfil em uma rede social na Internet levou ao fim de uma amizade de longa data. Ela conta que uma amiga rompeu os laços que haviam entre as duas por não concordar com sua opinião. “Eu fiquei triste por ela e por mim”, lamenta, reforçando que havia apenas escrito o que pensava, sem ter usado qualquer xingamento. “Ofensa foi o que ela fez comigo (...) Se uma pessoa tem alguma coisa que não concorda comigo, acho que tem que vir conversar, não é humilhando, nem pisando”, reflete.
Para o professor Alfredo Culleton, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), este acirramento de ânimo presente no dia a dia dos brasileiros só mostra o quão profunda é a autocrítica que cada uma das partes envolvidas têm para fazer. “Mais cedo ou mais tarde, os partidos mais importantes desse País vão ter que sentar para encontrar solução, reconhecer o que faz de errado. Se não há garantias de que não vai perder autonomia, tem condições de fazer uma autocrítica”, acredita.
O cientista político Bruno Lima Rocha, professor dos cursos de Relações Internacionais da Unisinos e ESPM-Sul, argumenta que parte do problema que acontece no Brasil atualmente vem da dificuldade em reconhecer o outro. “A gente tem no Brasil tímidas políticas de reconhecimento, da mulher, do afrodescendente, dos grupos LGBT, dos territórios quilombolas, territórios indígenas. São tímidas, mas elas existem. Então, contrapor este mínimo de ajuste histórico, de reforço das identidades que são oprimidas, levou a um reforço por direito, se posicionando à direita do pacto de classes que representou o lulismo.
É uma estupidez a direita brasileira, por exemplo, querer derrubar o governo Lula antes, agora o governo Dilma, porque são governos de direita que favorecem o empresariado, mas esse ponto de inflexão é o seguinte: esses governos reconheceram o outro e o outro não merece ser reconhecido. O outro existe desde que se subordine ao nosso padrão", destaca. Rocha também avalia o atual clima de tensão como consequência de um esgotamento positivo do sistema político. “A maioria dos grupos que estão organizados não tolera mais que um intermediário profissional fale em seu nome, então a gente precisaria ter uma reforma política. Como sei que isso não vai sair, a gente vive em crise de representação”, ressalta.
Disponível em: https://www.jornalnh.com.br/_conteudo/2016/07/noticias/regiao/364817-intolerancia-politica-o-desafio-de-conviver-com-opinioes-divergentes.html
TEXTO II
O leitor do futuro talvez considere o encadeamento de personagens e situações impensável e bárbaro, mas nestas eleições gerais de 2022 candidatos fazem campanha nos rincões do Brasil com coletes à prova de bala, cidadãos invadem bares e festas para assassinar conterrâneos por diferenças políticas e presidenciáveis aumentam efetivo de segurança. Números de observatórios, especialistas e candidatos confirmam a tendência do pleito mais violento do recente período democrático brasileiro.
Disponível em: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/rfi/2022/09/27/crimes-de-odio-e-intolerancia-politica-entram-para-a-historia-da-eleicao-mais-violenta-do-pos-ditadura-no-brasil.htm
TEXTO III
Disponível em: https://oglobo.globo.com/blogs/pulso/post/2022/07/pesquisa-revela-percentual-de-brasileiros-que-tem-alta-intolerancia-politica.ghtml