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Reconhecimento facial: entre o combate à criminalidade e o controle da população

Proposta de Redação Santa Casa: 2019

Texto 1

A tecnologia de reconhecimento facial tem inúmeras comodidades e promessas de segurança. Mas, paralelamente, a expansão de toda uma indústria de segurança que gira em torno dela nos transforma em uma sociedade de pessoas controladas. Derivada da inteligência artificial, a tecnologia de reconhecimento facial deu seus primeiros passos na década de 60 do século XX. Todavia, o rosto difere da impressão digital. Quando vamos renovar nosso documento de identidade, concordamos em ceder nossa digital às autoridades. Mas nosso rosto pode ser captado por qualquer um sem nosso consentimento, por meio de qualquer câmera na rua, em qualquer lugar.

Nos Estados Unidos (EUA), por exemplo, um relatório feito pelo Law’s Center on Privacy and Technology, o centro sobre privacidade e tecnologia da faculdade de direito da Universidade de Georgetown, estima que 117 milhões de cidadãos já estejam nos bancos de dados que a polícia pode usar. A esse respeito, o diretor executivo do centro, Álvaro Bedoya, considera que a tecnologia só deve ser usada para crimes graves, não de forma ilimitada: “Na Rússia, ela é usada para identificar manifestantes. Nos EUA, também. Caminhamos para uma sociedade de controle. Pode-se identificar qualquer um, a qualquer momento, por qualquer motivo”.

A tecnologia de reconhecimento facial também é usada em ações de policiamento preventivo. Porém, o problema é onde vai parar nosso rosto. Isso porque esse tipo de uso de inteligência artificial permite seguir alguém através das câmeras de segurança existentes em espaços públicos e analisar seus movimentos, sua linguagem corporal. “A questão é que há uma total falta de transparência”, diz Kelly Gates, professora da Universidade da Califórnia. “A polícia, assim como o Exército, faz experimentos, mas não sabemos como essas imagens são usadas, se elas estão, por exemplo, sendo vendidas a empresas privadas. Além disso, os cientistas dizem que é uma tecnologia com a qual se cometem muitos erros. Não há uma ciência que a respalde e, mesmo assim, ela continua sendo utilizada”, assinala Gates. Uma pessoa pode receber a visita inoportuna de policiais porque o algoritmo falhou e ela foi identificada erroneamente.

(Joseba Elola. “O reconhecimento facial abre caminho para o pesadelo de George Orwell”. https://brasil.elpais.com, 09.01.2018. Adaptado.)

Texto 2

Para muitos chineses, a câmera de reconhecimento facial a qual permite que entrem no edifício em que residem é simplesmente uma conveniência. Mas, para a polícia da China, as câmeras que substituem os velhos cartões de entrada dos moradores servem a um propósito muito diferente. A intenção é conectar as câmeras de segurança que já vigiam ruas, shoppings centers e polos de transporte público às câmeras privadas dos edifícios residenciais e de escritórios, e integrar tudo isso em uma imensa plataforma nacional de segurança com dados compartilhados. O sistema usará reconhecimento facial para analisar e compreender os dados de vídeos obtidos e também para rastrear suspeitos, identificar comportamentos e mesmo para prever crimes. No entanto, esse país não está sozinho em experimentar essas novas tecnologias. Nos Estados Unidos, o FBI usa reconhecimento facial para comparar as imagens de cenas de crimes a um banco de dados nacional de fotos de criminosos. A polícia de Chicago identificou e um tribunal condenou um ladrão com base em análise conduzida por um sistema de reconhecimento facial. A Huawei, empresa de telecomunicações chinesa, diz que sua tecnologia está ajudando o Quênia a reduzir a incidência de crimes em áreas urbanas.

(Simon Denyer. “Na China, reconhecimento facial é arma na campanha por vigilância total”. www.folha.uol.com.br, 09.01.2018. Adaptado.)

Texto 3

No Brasil, ao passar por aeroportos, ônibus e metrô, lojas, hotéis e até na hora de tirar o título de eleitor seu rosto é reconhecido. O mais novo adepto do recurso foi o SPC Brasil, que passou a oferecer a lojas um jeito de confirmar a identidade de clientes a partir do rosto deles. O objetivo é reduzir a possibilidade de fraude: garantir que a loja conceda crédito ao consumidor e não a um golpista usando a identidade dele e evitar que o cliente tenha o cartão usado por alguém tentando se passar por ele. Além de aeroportos e lojas, os ônibus também fazem uso do reconhecimento facial. Os moradores de Porto Alegre convivem com essa tecnologia desde o fim de 2017, quando os consórcios de transporte urbano instalaram câmeras próximas ao leitor dos cartões usados para pagar a passagem. A ideia é evitar que pessoas mal-intencionadas usem bilhetes de pessoas com acesso especial, como idosos e estudantes.

(Helton Simões Gomes. “Busão, aeroporto e shopping: reconhecimento facial já é realidade no Brasil”. https://tecnologia.uol.com.br, 01.08.2018. Adaptado.)

Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: Reconhecimento facial: entre o combate à criminalidade e o controle da população


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